Nesta segunda-feira, 15, a empresa se manifestou publicamente a respeito.
A falha, em si, existia há anos no Windows, e foi corrigida com uma atualização lançada em março. Neste fim de semana, até o Windows XP, que já havia sido abandonado, também recebeu uma correção. Os computadores que não instalaram a atualização, porém, acabaram sendo vítimas do vírus “WannaCry”. Quanto a isso, a Microsoft fez questão de assumir sua parte na responsabilidade.
Por outro lado, a Microsoft também diz que a preocupação com cibersegurança é uma “responsabilidade compartilhada entre empresas de tecnologia e clientes”. Por fim, a companhia também aproveita para chamar a atenção para a culpa de uma terceira parte em tudo isso: o governo dos Estados Unidos.
O vírus que assolou o mundo nos últimos dias se aproveita de uma falha no Windows que a Agência Nacional de Segurança dos EUA, a NSA, já conhecia. A informação vazou na imprensa no começo do ano, e só depois disso é que a Microsoft conseguiu desenvolver, em questão de dias, uma correção para a brecha.
Ou seja, o governo dos EUA sabia da falha e não contou para a Microsoft antes, permitindo que criminosos desenvolvessem programas como o WannaCry capazes de explorar essa falha. Na carta aberta de Brad Smith, a Microsoft faz questão de chamar atenção para a responsabilidade do Estado.
“Nós já vimos vulnerabilidades guardadas pela CIA aparecendo no WikiLeaks, e agora essa vulnerabilidade roubada da NSA afetou consumidores ao redor do mundo. Repetidamente, brechas de segurança nas mãos do governo vazaram para o domínio público e causaram danos em larga escala”, disse a Microsoft.
A empresa lembra que, em fevereiro, expressou publicamente a necessidade da criação de uma “Convenção de Geneva digital” para determinar regras sobre problemas como esses. Segundo a Microsoft, uma convenção global deveria exigir que países “relatem vulnerabilidades para as empresas, em vez de guardá-las, vendê-las ou explorá-las”.
“Precisamos que o setor de tecnologia, clientes e governos trabalhem juntos” para combater ameaças como a do WannaCry, conclui a Microsoft. “Nós reconhecemos nossa responsabilidade em ajudar a responder a este chamado, e estamos comprometidos a fazer nossa parte.”
Fonte: https://olhardigital.uol.com.br/fique_seguro/noticia/microsoft-critica-governo-dos-eua-apos-onda-de-ciberataques/68280 / Foto: Reprodução / Por LUCAS CARVALHO
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