A façanha permitiu a ele realizar um procedimento chamado de despejo de memória (RAM dump), um passo necessário para melhor entender o funcionamento da plataforma.
O avanço, segundo o próprio CTurt, pode levar ao desbloqueio, ou "jailbreak", do PS4. Um console desbloqueado poderia executar programas não autorizados pela Sony, como jogos caseiros ("homebrews") e emuladores. Para isso, porém, é necessário criar um programa para o carregamento desses programas (o "loader") e isso ainda não foi feito. Ainda não se sabe isso é viável e, mesmo se for, pode levar meses.
A oferta de desbloqueio, muitas vezes combinada com a promessa de executar jogos piratas, é uma isca comum para fraudes na internet. Donos de PS4 devem ter cuidado ao baixar programas que supostamente realizam o jailbreak no console: embora técnica esteja em desenvolvimento, ainda não existe um software para desbloqueio do PS4.
Técnica está restrita a consoles desatualizados
Segundo o site "Wololo", especializado em hacking e desbloqueio de consoles, a brecha foi confirmada por outros entusiastas e hackers do PlayStation 4. Também se sabe que ela não existe nas versões mais recentes do sistema do console. Tudo indica que a última versão vulnerável foi a 1.76, enquanto a versão mais recente do firmware do PS4 é a 3.11.
Isso significa que, mesmo que a técnica avance e consiga desbloquear o console na versão 1.76, dificilmente quem usa um PS4 normalmente poderá tirar proveito da descoberta: não é possível "voltar" para uma versão mais antiga em um console atualizado.
No entanto, ainda conforme o "Wololo", a exploração dessa vulnerabilidade pode permitir a coleta de muitas informações sobre os bastidores do funcionamento do sistema do PlayStation 4. Com isso, novas brechas – que talvez existam também nas versões mais recentes – podem ser descobertas.
Pirataria já existe no console
O desbloqueio não é a mesma coisa que a possibilidade rodar jogos piratas no videogame. Embora piratas possam se aproveitar do desbloqueio, é possível que exista desbloqueio sem pirataria e vice-versa. Segundo o "Wololo", a pirataria e o desbloqueio são normalmente desenvolvidos por indivíduos diferentes.
Na verdade, a pirataria em si já é uma realidade no PlayStation 4. Algumas lojas brasileiras oferecem consoles de PlayStation 4 "clonados" com jogos previamente autorizados. Isso permite o uso de cópias ilícitas dos games, mas não viabiliza o uso de emuladores e outros aplicativos que não têm autorização da Sony para funcionar no PS4, como um desbloqueio.
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