Faz tempo que ouvimos falar em uma "batalha pela sala-de-estar", mas isso é largamente um movimento do mercado americano, onde competidores como Roku e até a Nvidia lutam pelo que é, essencialmente, o controle do conteúdo consumido pela TV. Aqui no Brasil, onde a oferta desses aparelhos é bem mais limitada e a TV aberta ainda é extremamente popular, o campo de batalha é diferente. O Google já obteve algum sucesso no mercado nacional com o Chromecast, um meio rápido, fácil e relativamente barato de conectar qualquer TV a serviços online. Como um sistema operacional completo, o Android TV é bem mais ambicioso e promissor, mas minha experiência com ele na Bravia XBR-55X855C mostra que o Google e seus parceiros ainda têm muito trabalho pela frente.
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Antes de mais nada, contudo, a X855C é uma TV e o ponto principal de uma TV é a qualidade de imagem. Embora esse modelo não faça parte da linha mais avançada da Sony, ele não dispensa alguns dos recursos mais importantes de seus irmãos maiores. Por exemplo, a iluminação do painel é baseada na tecnologia Triluminos, que é o nome que a Sony dá para sua implementação particular dos nanocristais.
A matriz de pixels da X855
Também conhecidos como pontos quânticos, essa tecnologia é, como o AMOLED, uma forma de iluminação integrada ao painel. Sua caraterística principal é o uso de cristais tão pequenos que exibem um efeito de confinamento quântico que altera suas propriedades ópticas. Basicamente, há uma relação entre o tamanho dos nanocristais e a energia (e, portanto, a cor) da onda de luz que cada um emite. Por exemplo, um nanocristal de 6 nm emite luz vermelha, enquanto um menor de 2 nm emite luz azul. Graças à maneira como o confinamento quântico funciona, essas transições de cor são discretas e não pertencem a um fluxo contínuo. Na prática, isso quer dizer que o ponto quântico emite cores muito específicas e não as mistura com nenhum outro tom.
No caso das TVs da Sony, o Triluminos ainda mantém um LED azul convencional, mas o vermelho e o verde são emitidos pelos nanocristais ao serem excitados pela luz azul. O principal objetivo da Sony ao utilizar os pontos quânticos é ampliar a gama de cores que podem ser produzidas através de um painel LCD e o resultado desses esforços pode ser facilmente percebido na X855. A TV é capaz de exibir gradações suaves de tom, algo particularmente benéfico em cenas filmadas em grande-angular, quando superfícies longas tomam conta da tela.
Por outro lado, vale notar que o espaço de cor mais amplo pode levar a TV a reproduzir cores mais saturadas do que deveriam ser dependendo da fonte do sinal. Saturação não é algo necessariamente bom ou ruim, é simplesmente uma questão de gosto, mas vale a pena passar algum tempo no menu de configuração de imagem da X855 para adequar a TV às suas preferências.
Vale a pena?
Como mencionei acima, a XBR-55X855 é uma boa TV UHD por si só. A qualidade de imagem e a conectividade oferecidas por ela devem satisfazer a maioria das pessoas. O Android TV também é um sistema operacional promissor. Seu principal atrativo é, como o Android de celular, a incrível flexibilidade, que deve agradar usuários avançados. Ele é obviamente superior a qualquer sistema embarcado.
No entanto, é difícil recomendar essa TV por seus recursos de smart TV em um mercado com a concorrência do WebOS. O Android TV simplesmente não está pronto e o sistema da LG já é uma força consolidada. Além disso, a configuração desses aparelhos ainda pode melhorar. Não há razão técnica para uma TV de 7 mil reais ter as mesmas especificações de silício que um smartphone básico.
Portanto, quem estiver interessado apenas em uma tela pode considerar a XBR-55X855 uma boa opção. Quem estiver mais preocupado com os recursos de smart TV deve esperar pelo menos mais uma geração de produtos.
Leia a matéria completa em http://info.abril.com.br/reviews/tvs/sony-bravia-xbr-55x855c.shtml
Fonte: http://info.abril.com.br/reviews/tvs/sony-bravia-xbr-55x855c.shtml
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